Uma mulher, de 58 anos, foi atacada por um peixe Dourado (Salminus brasiliensis) enquanto nadava pelas águas cristalinas do rio Formoso, no Balneário do Sol, em Bonito (MS). A vítima recebeu os primeiros socorros ainda no local e foi encaminhada a um hospital da cidade para atendimento médico, devido ao corte profundo no pé.
O caso ocorreu nessa quinta-feira (10). A turista, que é de Presidente Prudente (SP), estava em Bonito a passeio. Em nota, o atrativo turístico lamentou o ocorrido e destacou que este tipo de ocorrência é considerado raro.
No comunicado, o balneário informou que prestou atendimento à turista e frisou que situações como a ocorrida são raras. O atrativo também afirmou que cumpre as medidas de segurança determinadas pela legislação.
O g1 conversou com o professor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e especialista em comunidades de peixes, Yzel Rondon Súarez explica que ataques envolvendo pessoas e Dourados são raros.
“Eu não me lembro de casos de ataques deste jeito. São comuns casos com piranha ou arraia, lá no Pantanal. Da forma que ocorreu em Bonito, não vi. Isso são hipóteses baseadas na experiência”, detalha o especialista.
Nos balneários de Bonito, dar rações aos peixes é uma ação frequente. O especialista da UEMS alerta para a prática, que pode ter contribuído para o ataque. “O fato de dar alimentos próximos pode ocasionar. Alguns bichos são predadores por emboscada, dão bote sem ver quem é a presa. Especificamente com o Dourado, a situação é diferente”, detalha.
O biólogo e professor da UEMS José Sabino estudou o comportamento dos peixes em Bonito em pesquisas recentes. O especialista também foi categórico ao dizer que o evento, na cidade das águas cristalinas, é “bem raro”.
“Sim trata-se de um evento bem raro. O mais provável é que o dourado tenha se enganado, confundindo o pé da turista com uma presa. Os Dourados são predadores naturais de outros peixes e certamente humanos não fazem parte de seu cardápio”.
Para prevenir acidentes e não atrair a atenção dos peixes, o biólogo José Sabino dá algumas dicas:
- Evitar uso de adereços com brilho, como brincos e pulseiras;
- Evitar também agitar e bater repetidamente as mãos ou os pés;
- Às vezes, agitar as mãos ou os pés repetidamente pode ativar o comportamento predatório. Dourados enxergam muito bem e têm ótima audição.
Republicado de https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/