A taxa de internação de pacientes feridos por arma de fogo subiu de 4,9 para 9,4 nos últimos 6 anos em Mato Grosso do Sul. É o que aponta a pesquisa do Instituto Sou da Paz, divulgada nesta quarta-feira (1º), que chama atenção sobre gastos federais com internações hospitalares para tratar essas vítimas.
A pesquisa alerta que apenas uma pequena parcela dos baleados consegue chegar ao atendimento médico-hospitalar. Em MS, por exemplo, a taxa de internações é 25% menor do que a de óbitos por arma de fogo. Isto quer dizer que, a maioria das vítimas morre no local do crime.
Os gastos
O tratamento das vítimas de violência armada representa um custo significativo para o SUS (Sistema Único de Saúde ). Para se ter uma ideia, só em 2022, foram gastos mais de R$ 41 milhões para tratar ferimentos causados por armas de fogo em 17 mil internações.
O valor médio de uma internação em razão de ferimentos com arma de fogo é 59% maior do que aquelas decorrentes de outras formas de agressão. Além disso, o custo total das internações relacionadas a baleados é, em média, duas vezes maior do que as causadas por agressões físicas ou armas brancas.
A pesquisa chama atenção para o fato de que esses gastos com o tratamento consomem recursos que poderiam ser direcionados para políticas públicas e ações de saúde preventiva, especialmente porque as lesões por arma de fogo normalmente são causas evitáveis.
Dados nacionais
O Brasil registrou, entre 2012 e 2021, uma média anual de quase 42 mil óbitos provocados por arma de fogo, revelando a gravidade desse problema de saúde pública. Além disso, os atendimentos em hospitais e outras unidades de saúde devido a ferimentos causados por armas de fogo somaram, em média, quase 28 mil casos por ano durante esse período. A arma de fogo é usada em 70% dos homicídios cometidos no país.
As informações divulgadas na pesquisa foram feitas com base nos dados do SIH (Sistema de Internações Hospitalares) do Ministério da Saúde e não representam todos os casos de ferimentos por arma de fogo.
O Brasil enfrenta uma taxa de óbitos por arma de fogo que é duas vezes maior do que a taxa de internações de baleados.
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