O primeiro semestre apresentou redução da criminalidade em Mato Grosso do Sul se comparado ao mesmo período do ano passado. No entanto, o número de mortes por intervenção do Estado aumentou três vezes mais. Os dados são da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
No primeiro semestre de 2022, foram registradas 18 mortes decorrentes de intervenção policial no Estado, neste ano o número triplicou e contabilizou 67 mortes. O número representa um aumento de 272.22%.
Esse é o maior número de mortes em intervenção policial notificados nos últimos 10 anos em Mato Grosso do Sul. Os dados começaram a ser catalogados em 2013 e, desde então, 2019 havia sido o ano com mais óbitos por agentes do Estado, com 41 mortes entre os seis primeiros meses do ano.
Em fevereiro, um rapaz envolvido em uma tentativa de homicídio morreu após trocar tiros com a polícia no Jardim Centro Oeste, em Campo Grande. Na ocasião, uma pessoa fugiu e outra foi presa.
Em abril, outro caso foi registrado em Dourados. Luis Eduardo Santos Leal, 22 anos, morreu em confronto com policiais civis. Ele tinha registro de tráfico de drogas e era procurado por dupla tentativa de homicídio.
O caso mais recente registrado aconteceu na última quinta-feira (29), um homem morreu em confronto com a polícia no bairro das Moreninhas, em Campo Grande. O rapaz seria autor do assassinato de Renan de Camargo Candido, 23 anos, morto em março no Jardim Macaúbas.
Homicídio e feminicídio
O índice de homicídio doloso notificado no primeiro semestre de 2023 apresentou queda quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Neste ano, foram contabilizados 209 homicídios, ante os 229 registrados de janeiro a junho em 2022.
O último caso foi registrado na noite de sexta-feira (30), com o assassinato de Dorvalino Alves da Costa, de 79 anos, encontrado morto na residência, na Rua Nazaré, no bairro Noroeste, em Campo Grande. Ele teria lutado contra o assassino.
O crime contra mulheres apresentou redução no número de casos. Enquanto nos primeiros seis meses do ano passado foram registradas 24 mortes por feminicídio, o Estado soma 10 vítimas até o momento.
O último caso de feminicídio foi registrado no sábado (1º). A vítima, Natali Gabrieli da Silva Souza, 19 anos, foi morta a facadas na frente do filho pelo marido, Cléber Corrêa Gomez, 30 anos, no Jardim Lageado, em Campo Grande.
Violência doméstica apresentou queda de 2,98%, no primeiro semestre do ano passado foram notificados 9.724 casos, já neste ano foram 9.434 casos. Em contrapartida, crimes de estupro tiveram aumento de 3,12%, saltando de 1.026 casos para 1.058.
Mortes no trânsito
O número de mortes no trânsito apresentou redução, no primeiro semestre de 2022 foram registradas 131 vítimas fatais, já neste ano foram 122 mortes registradas até junho. Só em Campo Grande, de acordo com os últimos dados divulgados pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) são 11 óbitos, isso sem contabilizar os quatro que ocorreram somente nesta semana, incluindo dois na noite deste sábado (1º).
Furto e roubo
Os crimes de roubo e furto registraram aumento de 82,67% e 9,83%, respectivamente. Foram registrados 524 boletins de ocorrência por roubo e 1.604 por furto a mais comparado ao último ano. Já os números de estelionato caíram de 6.817 para 5.986, uma redução de 12,17%.
Casos de latrocínio, roubo seguido de morte, pontuou queda de 40%, de cinco vítimas em 2022 para três neste ano. Morte a esclarecer, os registros onde a tipificação do crime, quando não natural, acontece após laudo da perícia, houve aumento de 580 para 629, sendo alta de 8,45%.
Confira abaixo os números registrados no primeiro semetres de 2023:
Crimes | Total primeiro semestre de 2022 | Total primeiro semestre de 2023 |
Estelionato | 6.817 | 5.986 |
Estupro | 1.026 | 1.058 |
Feminicídio | 24 | 10 |
Furto | 16.231 | 17.925 |
Homicídio | 228 | 209 |
Mortes no trânsito | 131 | 122 |
Mortes por intervenção do Estado | 18 | 67 |
Morte a esclarecer | 614 | 641 |
Roubo | 1.554 | 2.068 |
Tentativa de homicídio | 301 | 296 |
Violência doméstica | 9.724 | 9.434 |
Lesão seguida de morte | 3 | 8 |
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