A construção da maior unidade processadora de celulose da América Latina em Ribas do Rio Pardo, puxou a geração de empregos em Mato Grosso do Sul no mês de fevereiro, que fechou com saldo positivo de vagas de trabalho abertas no mercado pelo segundo mês consecutivo, depois de amargar queda em dezembro de 2022, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged) divulgados nesta quarta-feira (28).
Das 5.688 vagas de trabalho geradas em Mato Grosso do Sul no mês passado, 1.461 foram na cidade de Ribas do Rio Pardo, município distante 90 quilômetros de Campo Grande e que abriga, no momento, o maior canteiro de obras do Brasil: uma planta processadora da Suzano que, quando pronta, terá capacidade para extrair mais de 3 milhões de toneladas do composto vegetal por ano.
O poder do canteiro de obras da Suzano em Ribas do Rio Pardo é tamanho que o setor da construção civil, mesmo amargando uma pausa nos investimentos e nas vendas residenciais por causa dos juros altos, foi o segundo maior gerador de empregos no Estado, com 1.657 novas vagas, sendo que 1.282 delas foram na cidade de Ribas do Rio Pardo.
A mobilização humana para construir a maior fábrica de celulose da América Latina fez com que Ribas do Rio Pardo, cidade de 23.085 pessoas, tenha 14.131 trabalhadores com carteira assinada no momento.
Ribas, em fevereiro, conforme o Caged, tinha mais gente trabalhando formalmente que Corumbá, a quarta mais populosa do Mato Grosso do Sul. A Capital do Pantanal, a título de comparação, tem uma população projetada de 94.874 habitantes, e um estoque de empregos formais de 13.567 trabalhadores.
O prefeito de Ribas do Rio Pardo, João Alfredo Danieze (PSOL), comemorou o resultado, e disse que ainda há mais por vir, pois o pico de geração de empregos da fábrica da Suzano está previsto para o fim do mês de abril e início de maio. “Será nessa época, quando se inicia a montagem da fábrica. Também é a época de estiagem, o que favorece a vertizalização da construção”, explicou.
Danieze lembra que nem todas as vagas geradas estão diretamente no canteiro da Suzano. “Também há obras na construção civil dentro da cidade, de novas casas, apartamentos e pontos comerciais. Há muita movimentação por aqui”, destaca.
Atualmente há 8 mil trabalhadores diretos vinculados à fábrica da Suzano. No auge da construção, a previsão é que sejam pelo menos 10 mil.
Segunda colocada
Com toda a geração de empregos de Mato Grosso do Sul concentrada em Ribas do Rio Pardo, a capital, Campo Grande, voltou a ter um bom desempenho: teve um saldo de 1.246 vagas, e aparece em segundo nas cidades que mais criam postos de trabalho.
Mais da metade dos postos de trabalho criados em Campo Grande no mês passado vieram do setor de serviços: 791 novas vagas. A indústria criou outras 247 vagas, a construção 174, a agropecuária 26, e o comércio apenas 8.
As 1,2 mil novas vagas da Capital de fevereiro representam um desempenho bem melhor que o de janeiro, quando apenas 153 postos de trabalho foram criados, e melhor ainda que em dezembro, quando 1.544 empregos foram fechados.
Atualmente, Campo Grande é a cidade com o maior estoque de pessoas empregadas e com carteira de trabalho assinada de Mato Grosso do Sul: tem 222.632 pessoas trabalhando nesta modalidade. Em todo o Estado o estoque é de 607.453.
Juntas, Campo Grande e Ribas do Rio Pardo geraram mais da metade das novas vagas de trabalho de Mato Grosso do Sul em fevereiro: 2.711. Os outros 77 municípios, juntos, geraram outras 2.977 vagas.
Números do Caged em fevereiro
Mato Grosso do Sul
Admissões: 33.992
Desligamentos: 28.304
Saldo: 5.688
Saldo por setor:
Agropecuária: 1.653 vagas 88,9 mil
Indústria: 365 vagas 115 mil
Construção: 1.657 31,5 mil
Comércio: 253 vagas 140 mil
Serviço: 1.850 (231 mil)
Total de trabalhadores formais no Estado: 607.453 (estoque)
Cidades que mais geraram emprego:
Ribas do Rio Pardo: 1.465 novas vagas (saldo) – estoque 14.131
Campo Grande: 1.246 novas vagas (saldo) – estoque 222.632 vagas
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