Depois da fuga cinematográfica do megatraficante de drogas Antônio Joaquim Mota, o conhecido como Motinha ou Dom, sob suspeita de vazamento de informações da Operação Dominus, a polícia paraguaia negou qualquer falha na ação por parte de suas equipes e ainda responsabilizou a Polícia Federal brasileira.“Se houve algum vazamento, foi por parte da PF”.
Considerado o atual líder do “clã Mota” – uma família que teria mais de 70 anos de atuação na criminalidade – Antônio Joaquim era o principal alvo de uma operação em conjunto entre a polícia brasileira e a polícia paraguaia, mas conseguiu fugiu dois dias antes da ação.
A informação era de que ele estava uma propriedade rural que se estende pelos dois países, entre Ponta Porã, no Brasil, e Pedro Juan Caballero, mas escapou de helicóptero de lá. Para as autoridades brasileiras isso aconteceu porque ele foi avisado sobre a operação por agente paraguaios.
Em nota enviada ao Blog da Andréia Sadi, no entanto, a polícia paraguaia negou qualquer tipo de incidente e afirmou que era os policiais brasileiros que retinham todas as informações. “Infelizmente, descobrimos que os proprietários não estavam lá há muito tempo e as informações fornecidas eram imprecisas ou desatualizadas, já que apenas a PF tinha acesso a essas informações”.
“Portanto, se houve algum vazamento, foi por parte da PF”, escreveram em nota.
Já a Polícia Federal informou que até o momento, não tem conhecimento sobre a nota paraguaia.
“A Operação Magnus Dominus foi um sucesso, executamos seis mandados de prisão, estas pessoas estão sendo ouvidas e novos rumos estão sendo vislumbrados. A operação continua em andamento, pois novas investigações estão acorrendo”, informou a PF ao Primeira Página.
O clã
Antônio é a terceira geração de uma organização criminosa e que já atuou no contrabando de café, de cigarros, de eletrônicos e que agora, se especializou no tráfico internacional de drogas, com grande influência no Paraguai e na região de fronteira com o Brasil.
Com o tempo, a organização de Mota se especializou no tráfico de cocaína. A droga sai da Bolívia e da Colômbia, chega por via aérea ao Paraguai, na região de fronteira com o Brasil, e de lá segue de helicóptero para os estados de São Paulo e do Paraná, de onde é despachada para os portos de Santos (SP) e Itajaí (SC).
Motinha, inclusive, teria relações próximas com outros grandes traficantes que atuavam em Mato Grosso do Sul e que estão presos, como Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, e Caio Bernasconi, o Fantasma da Fronteira, de quem seria amigo pessoal.
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