Na Capital, 100 mães doadoras alimentam 137 bebês em 4 bancos de leite materno.

Amamentação auxilia no desenvolvimento físico, mental, cognitivo e emocional da criança – DIVULGAÇÃO

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a nutricionista e presidente da Comissão de Bancos de Leite de Mato Grosso do Sul, Vanessa Torres, afirmou que aproximadamente 70-100 mulheres doam 200-300 ml de leite materno para 137 bebês em quatro bancos de leite de Campo Grande.

Os bancos de leite existentes na Capital estão localizados na Maternidade Cândido Mariano, Santa Casa de Campo Grande, Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) e Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP-UFMS).

Um litro de leite materno doado pode amamentar até 10 recém-nascidos, de acordo com a enfermeira do Banco de Leite Humano do HRMS, Nívea Lorena Torres.

Recém-nascidos mamam, em média, de cinco a sete vezes por dia e bebem de 420 mililitros (ml) a 720ml de leite materno por dia. Um bebê recém-nascido toma, em média, de 30ml a 60ml de leite a cada mamada.

A quantidade de leite e mamadas variam conforme a idade, peso, tamanho e estado de saúde da criança.

A quantia de leite em cada mamada aumenta a cada semana de vida do bebê. O pediatra é o profissional que deve determinar quantos ml de leite o bebê deverá tomar, bem como a frequência de mamadas.

IMPORTÂNCIA

De acordo com a Fundação das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o leite materno é o melhor alimento que um bebê pode ter.

O leite da mãe nutre, alimenta, fortalece e sustenta o bebê. A criança recebe nutrientes e hidratação necessária através da amamentação.

Freezer com frascos esterelizados de leite materno. Foto: Arquivo/Correio do Estado

A amamentação auxilia no desenvolvimento físico, mental, cognitivo e emocional da criança.

Considerado o alimento mais completo para os bebês, o leite materno sacia a fome, contribui para a melhora nutricional, reduz a chance de obesidade, hipertensão e diabetes, diminui os riscos de infecções e promove vínculo entre a mãe e bebê.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) afirmou que o alimento é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos.

“O leite contém componentes e mecanismos capazes de proteger a criança de várias doenças, em especial, recém-nascidos de risco, em UTI neonatal, de baixo peso, portadores de alergias ou infecções, que carecem dos nutrientes presentes no leite materno.Dessa forma, observamos explicitamente a importância da doação de leite, uma vez que, o leite materno não pode ser reproduzido artificialmente e há uma enorme taxa de mulheres gestantes em nosso país que possuem restrições contra o próprio aleitamento devido a fatores patogênicos, que podem colocar a mãe ou o recém-nascido em maior risco”, afirmou a SES em nota enviada à reportagem.

É indicado que mães amamentem seus filhos até dois anos de idade, sendo os primeiros seis meses de vida exclusivos à amamentação. Águas, sucos, chás e alimentos não são indicados para bebês até o sexto mês de vida.

A amamentação é um direito da mãe e da criança garantido por lei, de acordo com o artigo 9º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Mães tem direito de amamentarem seus filhos, inclusive as privadas de liberdade. No trabalho ou em casa, também têm direito de amamentar.

“Agosto dourado” é o mês de conscientização e incentivo sobre aleitamento materno. Mato Grosso do Sul, por meio da SES, prioriza o aleitamento materno exclusivo.

IMUNIDADE

Mães vacinadas contra Covid-19 transmitem anticorpos do vírus SARS-CoV-2 para seus bebês por meio da amamentação.

De acordo com o Ministério da Saúde, bebês a partir de seis meses podem se vacinar contra Covid-19, mas, também é possível garantir uma imunidade extra através do aleitamento materno.

“Em relação a transmissão de anticorpos da Covid-19, já existem estudos científicos que mostram que esses anticorpos podem se incorporar a carga genética de glicoproteínas que garantem a defesa do organismo, carregados pela gestante durante a vida, sendo de conhecimento que as mães durante o período gestacional transmitem uma elevada quantidade de anticorpos para os bebês, e ao realizar o aleitamento, podem transmitir analogamente proteção de forma passiva contra a Covid-19. Ainda que não seja possível afirmar com total certeza, devido à falta de evidências em relação ao SARS-coV-2, a lactante deve ser vacinada invariavelmente, protegendo a si mesma, e prevenindo qualquer transmissão patológica a criança durante o período de gestação”, informou a SES, por meio de nota enviada à reportagem.

DOAÇÃO

Doações de leite humano podem ser feitas nos Bancos de Leite da Santa Casa de Campo Grande, Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP-UFMS), Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) e Maternidade Cândido Mariano.

Os requisitos para doar leite são: estar bem de saúde, possuir em mãos exames do pré-natal e ter leite em excesso.

Mães, com sobra de leite, interessadas em doar, podem entrar em contato com a equipe do Banco de Leite da Santa Casa de Campo Grande através do número (67) 3322-4174.

A mulher pode doar leite uma vez por semana e, caso necessário, pode doar mais vezes, conforme a produção. A equipe buscará o leite na casa da mãe, de segunda-feira a sexta-feira, das 13h as 18h e acondicioná-lo em frascos esterilizados.

Para doar na Maternidade Cândido Mariano, mulheres que estão em fase de amamentação podem fazer a doação das 7h às 11h e das 13h às 17h. Para mais informações basta entrar em contato pelo número (67) 3041-4735.

Para doar no HRMS, basta entrar em contato com o Banco de Leite pelo número (67) 33782715.

Para doar no HUMAP-UFMS, mães devem ligar no telefone (67) 3345-3027 para que a equipe do hospital agende a retirada.

Republicado de https://correiodoestado.com.br

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