A cada dia, novas peças são incluídas na investigação sobre a morte do médico Gabriel Rossi, assassinado por cobrar uma dívida de R$ 500 mil reais de um grupo de estelionatários, que ele também fazia parte, segundo a investigação da Polícia Civil.
Veja o que se sabe e o que ainda falta saber sobre o caso a partir dos pontos abaixo:
- Como o médico foi morto?
- Por qual motivo o médico foi assassinado?
- Quem são os suspeitos da morte do médico Gabriel Rossi?
- Quem é o médico achado morto com os pés e mãos amarrados?
- Como funcionava a organização criminosa que o médico participava?
- Como está a investigação do homicídio?
- Os golpes de estelionato vão ser investigados?
Como o médico foi morto?
O médico Gabriel Rossi morreu aos 29 anos. O rapaz foi encontrado morto com os pés e mãos amarrados dentro de uma casa de aluguel por temporada em Dourados (MS). Logo após identificar o corpo, a Polícia Civil iniciou as investigação do caso.
A vítima passou por uma série de torturas antes de morrer, de acordo com exame de necrópsia.
Gabriel foi asfixiado com sacolas plásticas e torturado por várias horas, segundo o exame. O laudo necroscópico mostra que o médico teve a garganta perfurada e morreu, possivelmente, por asfixia. As informações são do delegado Erasmo Cubas.
Além das torturas, o médico agonizou por 48 horas antes de morrer. Essa é a conclusão da perícia após os primeiros exames.
Por qual motivo o médico foi assassinado?
Segundo a Polícia Civil, o médico foi assassinado por cobrar uma dívida de R$ 500 mil de um grupo de estelionatários. As investigações apontam que Gabriel também fazia parte do grupo que aplicava golpes financeiros.
Uma das pessoas que participava do grupo de estelionatários devia R$ 500 mil ao médico e o matou para não pagar a dívida, segundo as investigações. Bruna Nathália de Paiva teria sido a mandante do crime.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Gabriel teria cobrado a dívida de Bruna, que se sentiu ameaçada e encomendou a morte do médico. “Para se livrar da dívida, a suspeita contratou três homens para matar o médico. A mulher teria pagado R$ 150 mil ao trio pelo crime”, disse Erasmo Cubas.
Quem são os suspeitos da morte do médico Gabriel Rossi?
Quatro dias após o crime, quatro suspeitos foram presos por envolvimento no assassinato, em Pará de Minas, em Minas Gerais. No outro dia, a Polícia Civil trouxe os envolvidos até Dourados.
Bruna Nathália de Paiva foi presa como mandante do crime. Ela, que participava do grupo de estelionatários, devia o dinheiro ao médico e o matou para não pagar a dívida, de acordo com as investigações.
Três homens confessaram terem matado o médico. À polícia, os suspeitos disseram que executaram o rapaz a mando de Bruna. Ao g1, as defesas dos quatro suspeitos não quiseram se manifestar
O delegado que investiga o caso afirmou que Gustavo Kenedi Teixeira, Keven Rangel Barbosa e Guilherme Augusto Santana confessaram o assassinato do médico Gabriel Rossi. À polícia, os suspeitos também alegaram que o valor combinado pela execução era de R$ 150 mil. Porém, os homens só receberam R$ 20 mil.
Quem é o médico achado morto com os pés e mãos amarrados?
Gabriel se formou em Medicina, no começo deste ano, pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O médico morava em um apartamento na cidade.
Assim que terminou a graduação, em março deste ano, Gabriel começou a trabalhar no Hospital da Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul (Cassems). De acordo com amigos, o sonho dele era ser médico. O rapaz chegou a fazer cursinho de pré-vestibular específico para seguir a carreira na área da saúde.
Segundo a investigação da Polícia Civil, Gabriel começou a aplicar golpes financeiros e participar de esquemas de clonagem de cartões já no início da graduação de medicina, em Dourados. Ele era o “rosto” da organização criminosa.
“Gabriel emprestava o nome para clonagem de cartões e o rosto dele para montagem em documentos de pessoas que não existiam, que não tinham conta ou até mortos. Gabriel ia ao banco sacar o dinheiro da organização criminosa. O médico se envolveu em uma história de fraudes e golpes”, declarou o delegado ao g1.
Como funcionava a organização criminosa que o médico participava?
De acordo com a investigação, o grupo aplicava golpes financeiros, clonava cartões e usava documentos de mortos para os crimes.
Conforme a polícia, Bruna repassava documentos de pessoas mortas para Gabriel, que era responsável por sacar o dinheiro. A dupla de estelionatários faz parte de um grupo muito maior que aplicava golpes e ainda não foi identificado.
“O Gabriel fazia o que pediam pra ele, o esquema de fraude tem mais pessoas envolvidas, que ainda não identificamos. Ele recebia os documentos e realizava os saques”, explicou o delegado.
O nome e as fotos do médico eram colocados em documentos de pessoas que não existiam ou de mortos para poder pegar o dinheiro nas contas bancárias. A organização também clonava cartões para golpe.
Como está a investigação do homicídio?
Conforme explicado pelo delegado Erasmo Cubas, Gabriel foi atraído para a emboscada por parceiros de grupo de estelionatários, da qual fazia parte, para o local onde foi morto. Lá, ele mediaria venda de drogas em Dourados (MS), mas foi assassinado.
O caso está sendo investigado em sigilo e a polícia deve apresentar na segunda-feira (14) o inquérito.
Os golpes de estelionato vão ser investigados?
O Serviço de Investigações Gerais (SIG) de Dourados segue investigando o homicídio. Após a conclusão do inquérito, deve começar a identificar as vítimas de estelionato.
Republicado de https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/