A Justiça Federal converteu em preventiva a prisão do traficante boliviano Jorge Adalid Granier Ruiz, de 43 anos, o “Fantasma”, capturado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na manhã desta terça-feira (28), na BR-163, em Jaraguari, município a 47 quilômetros de Campo Grande. Foragido da justiça argentina por tráfico de drogas, Jorge também figurava na divisão vermelha da Interpol, lista dedicada aos criminosos de alta periculosidade. Haroldson L. Zatorre, advogado de “Fantasma”, informou ao Primeira Página que o cliente nega todas as acusações. À reportagem, Zatorre também confirmou que vai recorrer da decisão sobre a prisão preventiva de Jorge.
Mesmo com a defesa alegando que o único crime cometido por “Fantasma” no Brasil é pelo uso de documento falso – que tem pena de 1 a 5 anos – o juiz federal Bruno César da Cunha Teixeira decidiu pela conversão da prisão em flagrante, por entender que Adalid teria facilidade em cruzar a fronteira por ser de origem estrangeira.
A pedido da PF (Polícia Federal), a audiência de custódia foi realizada remotamente por motivos de segurança. Como “Fantasma” não fala português, a audiência contou com o auxílio de um intérprete . Horas após a prisão nesta terça-feira (28), a Polícia Federal pediu a extradição de Jorge Adalid e acesso aos aparelhos celulares apreendidos com o traficante. Jorge estava com 4 iPhones.
“Fantasma”
O apelido “Fantasma” foi atribuído ao traficante porque até o ano passado, o rosto de Jorge sequer era conhecido pelas forças de segurança brasileiras. Ele estava no Brasil desde dezembro de 2022 e declarou em juízo que estava morando no bairro Santa Marta, em Rondonópolis. Para dificultar a sua identificação, Jorge Ruiz fez uma cirurgia bariátrica e usava um documento falso em nome de “Jorge Mendes” – comprado no Pará por US$ 5 mil dólares.
Jorge foi preso nesta terça-feira (28) na BR-163, em Jaraguari, enquanto seguia viagem em um caminhonete Hilux conduzida por Waldeson Pereira dos Santos, de Rondonópolis. Waldeson também era alvo de mandado de prisão da mesma cidade de origem, e já havia sido preso duas vezes por porte ilegal de arma de fogo. A PRF acredita que ele era segurança de Jorge Ruiz.
Uma mulher, suposta amante do traficante, também acompanhava o foragido e não tinha nenhum impedimento criminal, conforme a PRF. Com Jorge Adalid ainda foram apreendidos documentos bolivianos, outra identidade e CNH, adquiridos por US$ 200 (dólares); e mais um passaporte conquistado por US$ 500 (dólares). Tudo falso.
Questionados sobre a viagem, alegaram que viriam encontrar um sócio em Campo Grande para montar uma empresa de poço artesiano, pois queriam trabalhar nesse ramo na capital de Mato Grosso do Sul. Os policiais suspeitam que eles estavam numa rota sentido fronteira Bolívia ou Paraguai para poder retornar à Bolívia. De Jaraguari, Jorge Ruiz e Waldeson foram encaminhados para a sede da Polícia Federal em Campo Grande.
Retirado de https://primeirapagina.com.br/mato-grosso-do-sul/