Governo federal quer recuperar até 1,8 milhão de hectares de áreas degradadas no Estado.

No entorno de Campo Grande existem pastagens degradadas, como esta área do Ribeirão das Botas – Foto: Gerson Oliveira

O governo federal trabalha para lançar ainda neste segundo semestre um programa de recuperação de áreas degradadas, que tem o objetivo de devolver a produtividade a até 1,8 milhão de hectares em propriedades rurais de Mato Grosso do Sul. 

O Correio do Estado teve acesso aos dados que estão em análise no Ministério da Agricultura, e a previsão é de que cada produtor rural tenha, quando o programa for lançado, um crédito de aproximadamente R$ 15 mil por hectare para recuperar sua propriedade. 

A medida se enquadra em um dos principais programas do Ministério da Agricultura do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É uma das propostas do atual presidente da República e está em linha com um dos compromissos ambientais firmados pelo Brasil: o de ampliar a produção agropecuária no País sem avançar em biomas intocados, como, por exemplo, florestas e partes do Pantanal. 

O deputado federal Vander Loubet (PT-MS), líder da bancada federal de Mato Grosso do Sul, teve acesso ao plano que está em desenvolvimento no Ministério da Agricultura e está otimista com o que deve ser lançado, segundo ele, provavelmente no mês de setembro. 

“Trata-se de um programa que o produtor rural estava precisando há muitos anos, para ampliar ainda mais o seu faturamento e a sua capacidade de produção, sem contar que ele se mantém em sintonia com a cultura da preservação ambiental, tão importante nos dias atuais”, comenta o deputado federal. 

Os recursos federais virão por meio de crédito facilitado, bem abaixo das taxas de juros praticadas pelo mercado, inclusive das que estão sendo praticadas no Plano Safra. 

No início deste mês de agosto e no fim de julho, durante viagem para a Ásia, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pediu apoio para agências de cooperação de países como Japão, Coreia do Sul e Arábia Saudita para o programa de recuperação de áreas degradadas no País.

Esses três países se comprometeram a contribuir, seja com dinheiro seja com conhecimento técnico-científico. 

Estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estimam que, no Brasil, o total de áreas degradadas, a maioria de pastagens, atinja 40 milhões de hectares. A título de comparação, o Brasil tem atualmente aproximadamente 56 milhões de hectares de área agricultável. 

INVESTIMENTO

Em abril, a estimativa era de que um programa robusto para recuperação de terras degradadas demandasse investimentos de pelo menos US$ 120 bilhões em todo o País, ao longo de pelo menos cinco anos. O volume é significativo. 

Ainda não há detalhamento de como o programa vai operar, mas a linha de crédito que o governo federal deve abrir ao produtor, segundo informou o deputado Vander Loubet, deve permitir que os produtores rurais invistam na correção do solo, usando o crédito para adquirir adubos, fertilizantes, maquinários, para custeio de mão de obra, entre outras despesas que se enquadrem na correção do solo. 

Uma das taxas cogitadas seria a de 7% ao ano, com um limite de crédito de R$ 5 milhões por beneficiário. O operador do programa, pelo menos inicialmente, seria o Banco do Brasil.

Além da Embrapa, o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e as federações que a compõem também serão partes integrantes do programa. 

A previsão é de que o programa seja lançado no mês que vem, e o deputado federal Vander Loubet disse que já fez o convite ao ministro Carlos Fávaro, que é do vizinho Mato Grosso, para lançar o programa em Mato Grosso do Sul.

Ainda que o lançamento oficial não seja possível, o parlamentar afirmou que uma agenda para lançar o programa dentro do Estado está nos planos do governo federal.

Republicado de https://correiodoestado.com.br

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