Durante visita à aldeia indígena Bororó, em Dourados, o deputado federal e ex-secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende (PSDB) afirmou que irá garantir o investimento de cerca de R$ 7 milhões para a reconstrução da unidade de saúde Drº Zelick Trajber, inaugurada em 2009.
Além do deputado, também estão visitando a aldeia o secretário de Atenção à Saúde Primária, Nésio Fernandes de Medeiros Júnior e o secretário de Saúde Indígena, Ricardo Weibe Tapeba. Ambas secretarias fazem parte do Ministério da Saúde.
Na ocasião, Geraldo também participou de uma reunião da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) de Dourados e visitou o Hospital da Missão Caiua na cidade.
A visita foi articulada por Resende, que convidou Medeiros e Tapeba para conhecer a realidade dos povos indígenas na maior reserva de Mato Grosso do Sul, onde moram aproximadamente 20 mil pessoas.
De acordo com o deputado, ambos os secretários ficaram incomodados com as condições da saúde oferecida aos moradores da Aldeia Bororó, que ficou sucateada durante o governo anterior, já que, segundo o parlamentar, só houve “ações desastrosas”.
“Temos R$ 7 milhões para reconstruir totalmente a unidade de saúde. Vamos fazer dela um modelo para ser replicado em outras aldeias e outros locais de Mato Grosso do Sul. É um projeto mal feito desde o início, infelizmente, então, teremos praticamente que reconstruir tudo”, explicou.
No local, a estrutura física é precária e, segundo Resende, tem inclusive esgoto correndo a céu aberto na sala de consultas odontológicas. A unidade tem capacidade para atender cerca de 4.200 indígenas.
Ainda conforme o parlamentar, um dos planos para melhorar a saúde indígena na cidade é a criação de um Distrito Sanitário Especial Indígena, além de firmar convênios com universidades e cursos de medicina.
“Precisamos de uma intervenção urgente e para isso precisamos, por exemplo, criar mais um Distrito Sanitário. Teremos o do Conesul, vamos manter o de Campo Grande, mas temos que ter mais.”, afirmou.
Resende também apontou que, além das condições estruturais e de atendimento na saúde da reserva, outro ponto levantado pelo deputado é a falta de saneamento básico, o que impacta diretamente na qualidade de vida dos moradores da região.
“Além da necessidade de ter uma nova escola, também estamos trabalhando para garantir R$ 24 milhões para o saneamento e tratamento de água.”, concluiu.
Ao Correio do Estado, o ex-secretário de Saúde pontuou que outras ações também estão sendo planejadas, como, por exemplo, a criação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) Indígena.
Em relação aos indígenas que moram em retomadas ou em acampamentos e aguardam a demarcação dos territórios ancestrais, Resende afirmou que as ações para promover saúde ficaram restritas às áreas já homologadas e consolidadas.
O deputado considera que ingressar com as ações nestes outros territórios causará conflitos, inclusive envolvendo posicionamentos políticos.
“A unidade de saúde será aberta para toda população indígena, se essas pessoas que moram nesses lugares podem procurar o atendimento se quiser”, destacou.
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