Em meio à estiagem atípica, aeronaves são enviadas para combater fogo no Pantanal.

O incêndio florestal da Serra do Amolar teve início no sábado (27) – Fotos: CBMMS / CPA.

Em meio às queimadas no Pantanal, que se estendem há quase uma semana, aeronaves e equipes extras do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul foram mobilizadas, nesta quinta-feira (1º), para reforçar o combate ao fogo. 

O objetivo é controlar e extinguir o incêndio florestal que tem maior foco na Serra do Amolar, no Pantanal. 

A aeronave ‘air tractor’ transporta até 3 mil litros de água para áreas de difícil acesso. Hoje, os bombeiros já realizaram voo de reconhecimento na região para definir os locais que vão receber o lançamento de água.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a área do incêndio é de difícil acesso e, por isso, o trabalho aéreo é importante nas ações de combate, pois o acesso está interrompido pelo rio, por conta dos camalotes e baceiros – vegetação flutuante que pode aglomerar-se de tal forma que cria pequenas ilhas que impedem o acesso a corixos ao longo do Rio Paraguai.

“Fizemos o reconhecimento da área, há muita fumaça realmente densa no local e três pequenos focos de incêndio. O air tractor vai decolar para soltar a água. Além disso, a guarnição por terra continua em prontidão”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, chefe do CPA (Centro de Proteção Ambiental), que realiza o monitoramento dos incêndios florestais no Estado.

A região da Serra do Amolar, que está dentro do Pantanal em Corumbá (MS), é um território de grande biodiversidade e área de Reserva da Biosfera, além de ser um Patrimônio Natural da Humanidade. 

O território é formado por 80 km de extensão de morrarias que chegam a ter quase 1 mil de altitude. A área fica a aproximadamente 700 km de Campo Grande, a partir de Corumbá e por via fluvial, pois só é possível chegar nesse local por ar ou pelo Rio Paraguai.

Relembre 

O trabalho dos bombeiros militares começou na terça-feira (30), na região da Serra do Amolar, quando a chuva que atingiu a região contribuiu para reduzir os focos, de onze para seis. Até ontem (31), 1,5 mil hectares foram queimados no local. 

Apenas neste ano, os dados do Painel do Fogo mostram que foram registrados 115 eventos de fogo, enquanto no mesmo período do ano passado foram 28 registros.

Apesar dos trabalhos dos bombeiros começaram no dia 30, o incêndio florestal da Serra do Amolar teve início no sábado (27), em uma área que não era atingida por chamas desde 2020, de acordo com informações do IHP (Instituto Homem Pantaneiro). 

O IHP atua nas ações de combate ao fogo e conta ainda com apoio da Marinha do Brasil e comunidades. A Brigada Alto Pantanal, do IHP, mantém 14 brigadistas destacados para agir na região e parte do grupo faz o combate há cinco dias.

“Atuamos na ilha próxima a fazenda Serra Negra, optamos por tentar acessar de frente e não conseguimos, próximo às margens, a gente não tinha acesso. Rodeamos a ilha, entramos por trás do fogo, caminhamos quase 1,5 km para chegar na cabeça do incêndio. Fizemos todo o procedimento, combate direto com soprador, que foi a opção. Logo em seguida a gente fez o monitoramento de toda a ilha. Agora está extinto”, explicou o sargento Assis, que está no local.

Miranda

O Corpo de Bombeiros também atua no monitoramento da região do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, em Miranda.O incêndio florestal do local foi extinto nesta quarta-feira (31).

A equipe do Corpo de Bombeiros começou a atuar na área na terça-feira (30) e ontem (31) a fumaça do incêndio chegou até a cidade. 

Apesar de o fogo ter sido controlado, os militares mantêm atividades com utilização de máquinas – pá carregadeira, trator de lâmina e de grade.

Republicado de https://correiodoestado.com.br

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