Em cinco anos, número de acidentes em rodovias de MS aumenta em 20%.

Acidente na BR-262 entre caminhões que aconteceu no mês de abril – Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado.

Segundo os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), cresce o número de registros de acidente nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul nos últimos cinco anos.

De 2019 até o 2023, cresce gradativamente o número de acidentes, feridos e mortos nas rodoviárias federais do Estado, em 2019 foram registrados 1.436 acidentes e 124 óbitos nas ocorrências em MS, comparado ao ano passado, o número de acidentes aumentou em 20%, com 1.726 registros e 184 mortes em acidentes, crescimento de óbitos nas rodovias de 48%.

De acordo com a PRF, as rodovias federais mais perigosas do Estado seguem sendo a BR-163 e a BR-262.

“As BRs do Estado com maior número de acidentes no último ano são, respectivamente, BR-163 e BR-262, o que está diretamente relacionado ao maior fluxo de veículos nessas rodovias”, disse a corporação em nota.

Questionada sobre os principais motivos de acidentes nas rodovias do Estado, a PRF acredita que a desatenção dos motoristas durante a viagem são a principal causa. 

“Grande parte dos acidentes nas rodovias tem como causa principal fatores relacionados ao comportamento dos condutores. Alguns exemplos são a ausência de reação ou reação tardia do condutor, que podem estar relacionadas a fatores como distrações, embriaguez ou até mesmo sonolência ao volante; outros exemplos são o excesso de velocidade e as ultrapassagens mal sucedidas”, analisou.

Um levantamento feito pelo inspetor da PRF, Tércio Baggio, que  registrou nas rodoviais do Estado a velocidade do tacógrafo de 40 caminhões ao longo da pista, em um período de dois meses, (junho e julho de 2023) mostra que boa parte dos condutores destes veículos ultrapassam os limites de 90 a 110 km por hora nas vias, chegando a 147 km de picos de velocidade.

“Neste levantamento cheguei a registrar condutores que estavam em um dos pontos da viagem dele, a 147 km por hora, velocidade altíssima que praticamente impede o condutor de parar o veículo em qualquer situação de alerta na pista, ainda mais se o caminhão está com carga. Em meia o condutor nesta velocidade só consegue parar andando mais 200 a 300 metros do local onde ele freou”, declarou Baggio.

RODOVIA DA MORTE

A BR-163 principal rodovia federal que corta Mato Grosso do Sul, de norte a sul, conhecida como a “rodovia da morte” no último ano voltou a ter aumento de acidentes e mortes, estando próximo ao número de ocorrências da época que o trecho do Estado não era privatizado.

Segundo os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) o número de óbitos nas rodovias federais em 2023 decorrentes de acidentes foi de 184. Só na BR-163 este quantitativo foi de 64, ou seja, 34% das mortes que ocorreram em estradas federais no Estado, aconteceram nesta via.

Se comparado a dados anteriores a duplicação da BR-163, que é gerenciada pela CCR MSVia, entre janeiro e julho de 2014, o número de mortes também foi de 64, mostrando que em sete meses o número de vítimas de acidentes nesta rodovia já estava no mesmo patamar de mortes que ocorreram em todo o ano de 2023, o que explica o apelido.

Apesar da clara diminuição de acidentes com mortes desde quando a CCR investiu na BR-163, com registros de 38 mortes em 2018 e 41 em 2019, que podem ser reflexos de investimentos da empresa em reparos na pista e duplicações em alguns trechos da rodovia, as mortes voltaram a aumentar desde o ano passado.

Republicado de https://correiodoestado.com.br

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