Condenados pelo envolvimento na morte de Matheus Cutinho Xavier, Jamil Name Filho e Marcelo Rios ainda devem encarrar outro júri popular em Campo Grande. Dessa vez o caso a ser julgado é a execução de Marcel Costa Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão” – assassinado a tiros em um bar da avenida Fernando Corrêa da Costa em outubro de 2018.
A morte de Colombo é um das investigadas pela força-tarefa da Operação Omertà e a autoria do crime só foi descoberta de fato depois que a polícia chegou aos autores do assassinato de Matheus.
É que, segundo as investigações, os dois crimes foram ordenados pelas mesmas pessoas e também executados pelos mesmos pistoleiros.
Na liderança dos assassinatos está Jamil Name Filho, conhecido como Jamilzinho e o pai, Jamil Name – que morreu durante a pandemia de coronavírus. Para que tudo acontecesse como os chefes queriam, Marcelo Rios, foi orientado a contratar pistoleiros. Surge então o nome de Juanil Miranda Lima.
Durante o julgamento pela morte de Matheus, o nome de Colombo foi citado mais de uma vez. Enquanto falava de como conheceu Jamilzinho, Paulo Roberto Xavier – pai do estudante assassinado e verdadeiro alvo da organização criminosa – contou da briga que teria motivado o assassinato do Playboy da Mansão.
Jamilzinho e Colombo estavam em uma boate conhecida da avenida Afonso Pena quando se desentenderam pela primeira vez. O motivo foi banal: Playboy teria tirado um gelo do balde de bebidas de Name e arremessado em um grupo de pessoas.
Jamil não gostou e “partiu para cima” de Colombo. Na briga, o rapaz acertou o nariz do filho do poderoso Jamil Name. Foi, segundo Paulo Xavier, motivo suficiente para os dois planejarem a vingança contra Playboy.
Antes disso, no entanto, Colombo se envolveu em várias polêmicas. Ficou conhecido por festas em casa de alto padrão e por ironizar jornalistas após ser detido por conta da bagunça dos eventos em 2016. Em dezembro de 2017 foi alvo da Polícia Federal na Operação Harpócrates, que investigou a entrada ilegal de produtos do Paraguai no Brasil.
A loja de Colombo foi vasculhada na época e R$ 200 mil em produtos – como celulares e aparelhos de televisão – foram apreendidos. “Playboy da Mansão” ficou preso por alguns meses e tinha pouco tempo na rua quando foi assassinado.
O homicídio
No dia 18 de outubro de 2018, ele estava sentado em uma mesa de bar com o amigo, Tiago do Nascimento Bento, quando os pistoleiros chegaram de moto, se aproximaram e atiraram. Os dois ficaram feridos. Colombo não resistiu.
Ao longo da Omertà, a polícia descobriu que Rios foi quem contratou Juanil para o crime e que meses depois, chamou ele de novo para matar Paulo Xavier – no dia marcado, no entanto, foi Matheus quem morreu no lugar do pai.
Durante o júri que durou três dias, os delegados da força-tarefa contaram que depois disso, foram encontradas provas de que Juanil monitorava as redes sociais de Colombo. No dia da morte, o alvo fez check-in no bar e a investigação comprovou que logo depois o assassino pesquisou como chegar ao local e depois como apagar os rastros das pesquisas feitas na internet.
Outros nomes
Além de Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Juanil Miranda Lima, outros dois nomes importantes aparecem no caso da morte de Colombo; do policial federal Everaldo Monteiro de Assis, o Jabá e Rafael Antunes, ex-guarda municipal. Os dois também foram alvos da Operação Omertà.
Decisão do juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri – já determinou que os cinco homens fossem julgados em júri popular.
- Jamilzinho, Marcelo e Everaldo por homicídio qualificado, por motivo torpe e sem meio de defesa. Além da tentativa de homicídio com as mesmas qualificadoras em relação a Thiago.
- Já Rafael Antunes foi pronunciado por porte de arma.
As defesas dos réus recorreram da decisão e desde o meio do ano passado o caso aguarda análise do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Essa revisão da pronuncia deve ocorrer no dia 25 desse mês em segunda instância.
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