Câmara barra tentativa da prefeita de ampliar controle sobre o orçamento de Campo Grande.

Carlão, presidente da Câmara e prefeita Adriane Lopes – Divulgação/Câmara/Izaias Medeiros

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota) e Câmara de Vereadores de Campo Grande já travam a primeira disputa política do ano.

No embate, o Legislativo deve levar a melhor, mantendo um maior controle do orçamento da Capital sobre o Poder Executivo, pelo menos no que diz respeito aos remanejamentos do orçamento deste ano, de R$ 5,4 bilhões em receitas previstas. 

A disputa começou ainda no período de recesso legislativo, quando a prefeita Adriane Lopes enviou à Câmara projeto de lei tirando a “trava” legislativa que limitava seus remanejamentos de recursos do orçamento.

Atualmente, sempre que desejar remanejar de uma categoria de programação orçamentária para outra, a prefeita de Campo Grande deve encaminhar projeto de lei à Câmara, necessitando da aprovação da maioria para fazer o remanejamento. 

Na prática, se há a necessidade, por exemplo, para se gastar mais com a folha de pagamento, e se para isso será preciso tirar dinheiro de algum outro setor, como cultura, esporte ou obras, por exemplo, se este valor ultrapassar 15% da despesa constante daquele setor, é necessário que o Executivo peça autorização para o Legislativo. 

Esta prática existe desde 2013, quando Alcides Bernal (PP) assumiu a prefeitura. Na época, o limite chegou a ser de 5% e de 10%.

Na gestão de Marquinhos Trad (PSD), antecessor de Adriane (ela foi vice dele) o limite foi flexibilizado para 15%, mas continuou existindo. 

Agora, Adriane quer acabar com este limite. No projeto enviado durante o recesso, não menciona qualquer percentual limite, e justifica a necessidade de “suprir insuficiências fiscais e da seguridade social”. 

A Câmara Municipal, porém, em uma emenda da casa, assinada por todos os 29 vereadores, contra-atacou, e reescreveu todo o projeto de Adriane, mantendo o limite de 15% de remanejamentos orçamentários sem que seja necessária a autorização do Legislativo. 

Em resumo: Adriane Lopes tentou usar o orçamento como bem entendesse, mas os vereadores contra-atacaram, e impuseram esta trava legal, que obriga a prefeita a negociar com eles. A Lei Orçamentária Anual de Campo Grande para 2023 prevê receitas de R$ 5,4 bilhões. 

Retirado de https://correiodoestado.com.br

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