Já na sua sexta edição em Mato Grosso do Sul, em 2023 o maior treinamento militar da América Latina tem como destaque a Hermes 900, uma aeronave remotamente pilotada, guiada por um sistema via satélite.
Para desenvolver e aprimorar as táticas conjuntas, o treinamento conta com mais de 700 militares da Força Aérea, Marinha e Exército brasileiro, além da Guarda Aérea Nacional de Nova York.
Com um avançado sistema e alta confiabilidade, a Hermes 900, também conhecida como RQ-900, conta com um voo totalmente autônomo e possui rápida capacidade para manobras.
“Essa aeronave não tem tripulante interno e a cabine de controle fica no solo. Através de link via satélite eu consigo fazer o controle da aeronave e através das imagens dos sensores fazer o monitoramento. A missão principal dela é vigilância das nossas fronteiras e até da Amazônia, na parte do garimpo e do desmatamento“, finaliza o Major Thiago Hunhoff.
Aprimoramento técnicas
Segundo o Diretor do exército e comandante da Base Aérea de Campo Grande (BACG), o Brigadeiro do Ar Eric Breviglieri, o treinamento é conduzido de forma conjunta para que exista um aprimoramento das capacidades das forças armadas, marinha, exército, força aérea, para fortalecer essa doutrina conjunta.
“Todas as capacidades treinadas aqui no exercício são empregadas em situações reais que temos durante o dia a dia. Por exemplo, para uma participação em uma missão da Organização das Nações Unidas (ONU), lá existe esse tipo de situação e nós já estamos nos preparando se um dia assim for desejado que a gente engaje em uma missão”, explicou o Brigadeiro do Ar.
As atividades na capital sul-mato-grossense continuam até 1º de setembro. Durante o treinamento estão sendo empregadas cerca de 30 aeronaves, incluindo algumas que participaram de acontecimentos históricos como resgate dos indígenas Yanomami, resgate das vítimas da boate Kiss e até mesmo o suporte durante a pandemia do Covid.
Aeronaves participantes
“Utilizada basicamente para dar suporte as forças da terra, tanto para resgate de um tripulante em território hostil quanto para se for necessário um apoio de ação. É uma aeronave brasileira multimissão. Comporta até dois tripulantes, muito utilizada na parte da instrução”, explicou o tenente-coronel, Augusto Ramalho.
Com capacidade de transportar até 28 passageiros, a Caracal é uma das poucos aeronaves que realiza o reabastecimento em voo. Ela participa principalmente das grandes calamidades, em apoio a sociedade, mais recentemente participou na operação da Yanomami, transportando cesta básica e equipamentos de socorro.
“É uma aeronave bem completa. Para realizar o resgate em combate, onde simulamos a retirada do militar que precisa ser socorrido. Tem um peso máximo de decolagem em torno de 11 toneladas e pode chagar a 3h50 de voo”, contou o Coronel Teles.
Além dessas, o treinamento também conta com helicópteros e a aeronave denominada Amazonas, com capacidade de transportar até 6 pacientes com Unidade de terapia intensiva (UTI) completa. “Na Tápio, a Amazonas atua tanto na mobilização trazendo os esquadrões para cá, na parte de mantimentos, equipamentos, fazer todo o suporte”, explicou o piloto da aeronave, tenente Cleber.
O Major Stolf, médico do esquadrão e médico da base aérea, complementa. “A aeronave foi utilizada no transporte dos pacientes da tragédia da boate kiss e mais recentemente teve uma atuação muito forte e muito direta com grandes números de pacientes na operação Covid. Então devido ao tamanho a gente consegue transportar até 6 pacientes com UTI completa, com o mesmo nível de cuidado que um hospital convencional”.
Republicado de https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/