R$ 350 milhões. Este é o investimento total para a construção da 1ª fábrica de biometano a partir de resíduos de cana-de-açúcar a ser instalada em Mato Grosso do Sul. A nova operação será sediada em Nova Alvorada do Sul, cidade expoente na produção do insumo.
O anúncio foi feito durante a abertura da Expocanas nesta quarta-feira (10). O empreendimento será implantado na Unidade Santa Luzia, localizada no trecho da BR-267 que passa pelo município e responsável pela produção de etanol.
No lançamento da nova operação, o CEO da Atvos, Bruno Serapião, falou do motivo para escolher Nova Alvorada do Sul como casa para receber o grande aporte de investimento.
“Porque é a nossa maior usina, que desempenha melhor, e também da relação que a gente tem com os entes públicos, que é uma prefeitura que funciona muito bem, que funciona pró-negócio. A gente se sentiu muito confortável de fazer um investimento que vai durar 15 anos em uma cidade que sempre tratou a Atvos muito bem. A gente quer estar aqui ainda mais tempo”.
🤔Mas o que é uma planta de biometano?
Para começar, o biometano é um biocombustível 100% renovável, derivado do biogás ou de resíduos agroindustriais e que pode substituir em parte os combustíveis fósseis. Em resumo: é um combustível sustentável.
No caso do projeto previsto para Piracicaba, o biometano vai ser produzido a partir de uma biomassa vegetal. Biomassa é o nome dado a restos orgânicos de alguma produção, que podem ser usados para gerar energia – como um biocombustível.
Dito isso, uma planta de biometano nada mais é que o empreendimento que vai produzir esse combustível.
Resíduos se tornam energia
Resíduos resultantes da cadeia produtiva da cana, como a vinhaça e a torta de filtro serão o material utilizado para a produção do biometano.
“Nós investimos no ano passado em melhoria da planta de cana, que é a que mói cana e faz etanol. Esse é um pedaço adicional dessa planta que pega dejetos que a gente teria que tratar e transforma isso em oportunidade. A gente vai transformar esses dejetos em gás e depois em fertilizantes. Isso melhora duas coisas: utilização de carbono, a gente retém mais carbono, e a gente vai trocar esse biogás no diesel que tem nos caminhões. Isso permite que a gente emita 40% a menos na nossa operação. Aliado a isso, a gente vai distribuir esse biogás pro mercado em volta. É uma planta de engenharia ligada à planta de cana”, salienta Serapião.
A expectativa é que a unidade entre em operação até 2026. Ativa, o empreendimento terá capacidade instalada de 28 milhões de metros cúbicos de biometano por safra. “A gente tem de seis a oito meses de engenharia. Com a engenharia fechada, a gente tem 18 meses para implantação. A nossa previsão é que no final de 2025, meio de 2026, a gente tenha a planta já emitindo biogás”, completou Serapião.
Durante a cerimônia, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), assinou uma autorização para que a Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) defenda, junto ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), a redução do ICMS de biometano de 17% para 1,8%.
“Esse investimento vem consolidar uma linha que nós temos de investir nessa transição de energia limpa e o setor sucroenergético é fundamental pra isso. Estamos, em contrapartida, dando um incentivo fiscal, trazendo uma redução de alíquota de ICMS para comercialização do biometano. Que isso possa ser usado no futuro não só nas frotas próprias de quem está fazendo o investimento, mas injetar nas redes de distribuição. Assim, a gente vai avançando na estratégia de tornar Mato Grosso do Sul carbono neutro em 2030. E o principal de tudo: novos investimentos, novas oportunidades de emprego, renda, geração de emprego pra nossa gente”, salientou o governador.
Republicado de https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/