Polícia Militar Ambiental (PMA) instalou câmeras de monitoramento na região do Morro do Azeite, região pantaneira do município de Miranda (MS), para descobrir se frequentadores do local, como turistas ou pescadores, estão alimentando os animais para conseguir fazer fotos e vídeos.
A medida foi tomada após denúncias que uma onça-pintada macho tinha ingerido um anzol junto com alimento. O animal foi resgatado e passou por vários exames, como raio-X, ultrassonografia e coleta de sangue.
No local onde o animal estava havia fezes com linha de pesca, o que corrobora as informações, mas não foi localizado anzol no interior do animal durante as avaliações clínicas realizadas.
Além das câmeras, a PMA colocou uma coleira para monitorar e avaliar o comportamento da onça-pintada. As equipes envolvidas na ação, ainda, colocaram placas informativas acerca do assunto às margens do Rio Miranda.
Após todo o procedimento, que foi feito em conjunto entre os Institutos Reprocon e Onça Pintada, o animal retornou para seu habitat.
A chamada ‘cevada’ é classificada como crime ambiental pela lei nº 5.673, de 2015. A pena prevista é de um a três anos de reclusão, além de multa. A prática consiste em alimentar os animais com frequência para interesses turísticos.
A prática gera riscos para as pessoas, assim como para os bichos, porque diminui a distância de conforto das onças-pintadas com os seres humanos e elas começam a chegar cada vez mais perto. A onça pode ficar dependente dessa relação e deixar de caçar ou procurar alimento de forma natural.
Na última semana, um trio de onças-pintadas foram flagradas disputando território no Pantanal de Mato Grosso do Sul, às margens do rio Miranda, na última semana. De acordo com a PMA, a região se parece muito com o local onde diversos animais foram filmados no último mês, inclusive a onça que recebeu o colar de monitoramento.
Republicado de https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/