“Um ato falho e impensado”. É assim que a empresa de engenharia e comunicação visual definiu a mensagem divulgada nas redes sociais que anunciava uma vaga de emprego e excluía indígenas do processo seletivo em Amambai – cidade que fica a 338 quilômetros de Campo Grande e tem a maior população indígena de Mato Grosso do Sul.
Em nota enviada nesta segunda-feira (12) – e assinada pelo proprietário, Leandro Torres Cabanas – a empresa afirma que cometeu um ato falho e não compactua com racismo. “Por diversas vezes a empresa já se utilizou das redes sociais para publicar vaga de emprego porém em nenhuma outra vez utilizou descrições do tipo para seus anúncios”.
Além de lamentar a situação, a empresa assumiu o compromisso de “reavaliar práticas e procedimentos” para evitar qualquer atitude discriminatória novamente. “Esta empresa não compactua com racismo e pede suas sinceras desculpas a todo povo indígena pelo equívoco cometido”.
A publicação que causou revolta nacional e rendeu até nota de repúdio da Subsecretaria de Estado de Políticas Públicas para os Povos Originários, deixava claro que indígenas não eram aceitos na vaga de emprego. “Vaga para homem maior de idade, dispenso indígenas para essa vaga”, definia a descrição.
O prefeito de Amambai, Edinaldo Luiz De Melo Bandeira (PSDB), também usou as redes sociais para lamentar a situação. “A exclusão dos indígenas de uma vaga de emprego é um retrocesso inaceitável. Em pleno século XXI, com a plena evolução da atual sociedade, não toleramos este tipo de comportamento discriminatório”.
Constituição Federal e a CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), proíbem o empregador de adotar práticas discriminatórias, seja para admissão do profissional, ou para manutenção do emprego. Segundo dados do Censo de 2010, 57,9% da população de Amambai é de pessoas indígenas.
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