O governo de Mato Grosso do Sul deve repassar ainda nesta segunda-feira (6) 3,5 milhões para o Hospital de Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande. O anúncio foi feito após reunião com representantes do hospital, da prefeitura e do Ministério Público. Os novos atendimentos foram paralisados em 22 de fevereiro e, segundo o hospital, com o repasse do governo os serviços foram retomados.
“Chegamos a um denominador comum e o estado fará esse aporte financeiro ainda hoje. Nossa intenção é facilitar a regularização imediata das pendências financeiras do hospital, que motivaram o corpo clínico a paralisar”, afirma o secretário de Saúde do estado, Maurício Simões.
Ainda de acordo com o secretário, após a destinação do recurso a “diretoria do hospital dará início ao acerto com todos os prestadores de serviços que estavam com débitos vencidos”.
De acordo com o diretor clínico do hospital, os atendimentos serão retomados. Antes da reunião, o coordenador administrativo do hospital, Amilton Fernandes Alvarenga informou que cerca de 500 novos pacientes deixaram de ser atendidos desde o início da paralisação.
“Foi uma reunião muito boa, na qual apresentamos os problemas que o corpo clínico apontavam e precisavam ser sanados. Todos foram solucionados aqui. Vamos voltar a atender com esse repasse a ser feito hoje e sanar as dívidas”, diz o diretor clínico do Hospital do Câncer, João Paulo Vilalba.
Durante a reunião desta manhã, estado, prefeitura e Ministério Público decidiram também tentar antecipar um recurso de R$ 300 mil do Ministério da Saúde destinado a entidades filantrópicas para atender emergencialmente o hospital.
Entenda
Os atendimentos no hospital estavam suspensos desde 22 de fevereiro após parte da equipe médica anunciar paralisação devido a não resolução de reivindicações feitas por profissionais da saúde.
Segundo a direção da unidade de saúde, o valor recebido do governo federal, estadual e municipal para o custeio do local não era suficiente.
A direção diz que o gasto mensal da instituição é de mais de R$ 4 milhões. Acima do repasse feito pela prefeitura, governo do estado e governo federal, que soma uma média de R$ 3,5 milhões por mês.
Nas contas do hospital, para manter o funcionamento normal, seria necessário um aporte adicional de R$ 770 mil. Em janeiro deste ano a direção do hospital enviou um relatório financeiro à prefeitura de Campo Grande apontando a defasagem entre o que recebe e o que gasta.
Dentre os pedidos estavam a regularização dos pagamentos e dos contratos dos integrantes do Corpo Clínico; Regularização dos serviços de patologia e exames de imagens (ressonância magnética e cintilografia óssea), essenciais aos diagnósticos e seguimentos de tratamentos.
Estavam sendo realizados somente atendimentos de urgência e emergência no Pronto Atendimento do HCAA, além das cirurgias de urgências e emergências, atendimentos de UTI e os tratamentos nos setores de quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia já em andamento.
Retirado de https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/