Ninguém entra, ninguém sai. Cerca de 200 famílias estão completamente isoladas após grande uma quantidade de camalotes (espécie de planta aquática) entupir um braço do rio Negrinho, a 80 km de Corumbá (MS), no Pantanal.
Onde há verde, embaixo corre o rio que é usado por barcos para se locomoverem entre às margens do rio Taquari e Corumbá (MS). Ao todo, 5 km de camalotes impedem o fluxo dos moradores que estão ilhados após a situação atípica.
“Foi esquecido isso daqui. Há muito tempo é um problema que se arrasta. Devido a cheia, agora a população está precisando se locomover e não tem outro lugar para ir. Tem muitas pessoas da região isolada ligando para mandarem barcos pequenos, para tentar pegar as pessoas que estão doentes”, relata o autônomo Everton Androlage.
Entre 2019 e 2022, a seca no Pantanal afetou o rio Taquari. Hoje, onde o problema é o acumulo da planta aquática, antes era a seca extrema. As chuvas de 2023 fizeram com que o nível do rio subisse e os camalotes fossem arrastados, entupindo o braço do rio.
O pescador Erpidio Soares relata que a situação dos ribeirinhos é completamente difícil. As condições para entrada e saída estão inviáveis.
“A nossa situação, para nós que somos ribeirinhos, aqui no Taquari, é o seguinte: nós estamos perecendo através de transporte tanto de tratos, como de água para o barco. Não tem condições de nós irmos. Tem criança pequena que precisa de um apoio, alimento, e não estão chegando. Professores não estão indo até o colégio”, lamenta o pescador ribeirinho.
Rômulo Louzada, fiscal do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), explicou que a região onde as plantas ficaram acumuladas é um dos pontos com maior dificuldade para drenagem do rio.
“Ali a água drena com muita dificuldade. É uma região muito plana, o solo é rico em matéria orgânica, tem um clima favorável para a proliferação dessa vegetação”, explica o especialista.
Retirado de https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/