A Arquidiocese de Campo Grande determinou o afastamento do padre Alcione Leal após pregações contra eleitores do Partido dos Trabalhadores (PT) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, durante uma missa em Campo Grande (MS).
Ao g1, a Arquidiocese informou que diversos fiéis procuraram a instituição após a missa, que ocorreu no fim de semana, em que o padre ministrou. De acordo com os fiéis, o sacerdote teria dito que “católico que vota no PT é comunista e vai para o inferno”.
Em nota, a Arquidiocese pontuou que em “consonância com decisão anterior do Conselho Presbiteral, Dom Dimas Lara Barbosa, Arcebispo Metropolitano, determinou o afastamento do Pe. Alcione Leal do exercício público do ministério presbiteral na Arquidiocese de Campo Grande.”
Segundo a nota, o padre Alcione era membro da Sociedade Joseleitos de Cristo, da qual foi desligado. Ainda segundo a instituição, a atuação do padre já vinha sendo acompanhada devido a outras situações, que não foram destacadas, e o afastamento se deve também por questões pastorais.
Repercussão na Assembleia de MS
As falas do padre durante a pregação foram motivo de denúncia na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), na sessão de quinta-feira (12). O deputado Pedro Kemp (PT) usou a tribuna para criticar a conduta do pároco durante a missa.
“Primeiro que ele atacou uma autoridade do STF, ministro Alexandre de Moraes, chamando de cabeça de ovo, que é um ditador, que tá mandando no país, o que é um absurdo. Depois se referiu ao presidente Lula como ‘aquele de nove dedos’, de forma discriminatória, baixa e disse que católico que vota no PT é comunista e que vai para o inferno. Eu já presenciei as falas de forma irresponsável que ele faz”
O deputado Zeca do PT também comentou sobre o caso. O parlamentar disse que foi procurado por fiéis, que criticaram a conduta do padre. “Estou providenciando encaminhar isso ao Ministério Público porque isso é política de ódio […] tamanha idiotice desse cara que se intitula padre, mas não é padre coisa nenhuma, é cabo eleitoral do Bolsonaro dentro da igreja”.
Nota da Arquidiocese de Campo Grande
Em consonância com decisão anterior do Conselho Presbiteral, Dom Dimas Lara Barbosa, Arcebispo Metropolitano, determinou o afastamento do Pe. Alcione Leal do exercício público do ministério presbiteral na Arquidiocese de Campo Grande.
Pe. Alcione era membro da Sociedade Joseleitos de Cristo, da qual foi desligado. É incardinado na Arquidiocese de São Salvador da Bahia, residindo em Campo Grande há bem mais de 15 anos sem função canônica específica.
Que o nosso Bom Deus abençoe o povo que a Ele pertence.
Republicado de https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/