
Usuários do transporte coletivo de Campo Grande (MS), amanheceram sem ônibus nesta quarta-feira (18). A paralisação do serviço ocorreu devido a falta de acordo com o Consórcio Guaicurus, em relação ao reajuste salarial dos trabalhadores da categoria. Eles pedem reajuste de 16% + manutenção dos benefícios (plano de saúde, ticket alimentação e participação nos lucros).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, Demetrio Ferreira de Freitas, os ônibus não saíram de nenhuma das garagens da capital.
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No Terminal Bandeirantes, nem as grades de proteção haviam sido retiradas, por volta das 5h. São cerca de 300 ônibus parados.
A estudante, Giovana Flores Falcão, se assustou ao ver o terminal Morenão vazio. Ela explica que pegaria o ônibus para ir ao estágio.
“Eu venho aqui todos os dias para pegar ônibus e nem sabia da greve, é um susto muito grande você chegar e estar tudo vazio, e agora, o que eu vou fazer para ir para o meu estágio?”.
Segundo o presidente, caso não haja acordo nesta quarta-feira, haverá uma assembleia na sexta (20), que pode decidir por uma paralisação ainda maior. Quinta e sexta, o serviço deve funcionar normalmente.
A paralisação foi anunciada na terça-feira (17), e o Consórcio Guaicurus ainda tentou impedir a manifestação na Justiça, através de uma “ação de interdito proibitório”.
No pedido, ingressado no Tribunal Regional do Trabalho, o Consórcio alegou que a paralisação resultaria “não somente na privação da sociedade campo-grandense do essencial serviço de transporte público, mas também no injusti‐ ficável e inaceitável fechamento das garagens das empresas que operam o serviço, impedindo que os ônibus alocados em cada uma delas sejam utilizados pelos empregados não aderentes ao mo‐ vimento”.
O pedido de proibição da paralisação, no entanto, foi negado pela Justiça do trabalho.
Em nota, a Prefeitura da capital informou que o reajuste da tarifa está sendo cautelosamente estudado e que compreende as reivindicações dos motoristas de ônibus como legítimas, mas que o reajuste de salários é uma questão a ser negociada pelo consórcio de transporte público.
Leia a seguir a nota da Prefeitura na íntegra:
“A prefeitura entende que as reivindicações dos motoristas de ônibus são legítimas, no entanto o reajuste de salários é uma questão a ser negociada pelo consórcio de transporte público, não estando este na alçada do município.
O reajuste da tarifa está sendo cautelosamente estudado, e o poder executivo tem feito todo o possível para continuar subsidiando as gratuidades para estudantes, idosos, pessoas com necessidades especiais e seus acompanhantes.
Em 2022, fruto do bom relacionamento da gestão municipal e Governo do Estado, também foi firmado um convênio no qual o Estado passou a contribuir com esses subsídios.
Adicionalmente, em dezembro, o governo federal por intermédio da prefeitura, repassou verbas federais para o consórcio custear as gratuidades para idosos entre janeiro e outubro de 2022, com valores a repassar mensalmente para cobrir as gratuidades à medida que elas ocorrerem.
Também com a clareza de que é preciso manter o equilíbrio e não aumentar de forma acentuada o valor da tarifa, foi aprovado na Câmara Municipal a isenção de ISS para o consórcio.
As tratativas em relação ao reajuste da tarifa de ônibus para 2023 estão em andamento, o próximo passo será a discussão no dia 24/01 com o Conselho de Regulação que é formado por membros da sociedade civil e órgãos da administração pública, com quórum mínimo de 10 de membros, para discussão e análise de dados para revelar a tarifa que será entregue em relatório para avaliação do poder executivo.
O conselho é formado por membros do CREA, OAB, SEMADUR, PLANURB, Conselho das Regiões Urbanas, AVICG, ASCCON, UMAM, CAU, Águas Guariroba, CTRCG, Solurb e Consórcio Guaicurus.”
Retirado de https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/